Brasil se tornou mais desigual durante a pandemia, aponta Fiocruz
O estudo foi realizado pela análise dos indicadores adotados para monitorar a pandemia nas diferentes fases

Foto: Agência Brasil
O Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (24), indicou um quadro heterogêneo e desigual no Brasil pós-pandemia, com impactos no acesso à saúde e, sugere que qualquer discussão e decisão sobre o quadro atual e cenários futuros deve considerar tal disparidade na implementação de ações.
O estudo foi realizado a partir da análise do conjunto de indicadores adotados para monitorar a pandemia em suas diferentes fases e retificou que nem todos os espaços geográficos, territórios e populações vivenciaram a pandemia ao mesmo tempo e com a mesma intensidade.
“Nesse contexto, mais do que nunca, as políticas públicas do Estado brasileiro precisam estar em consonância com o objetivo da Constituição de 1988 de redução das desigualdades sociais e promoção do bem de todos, bem como com os princípios do [Sistema Único de Saúde] SUS de acesso universal à saúde, com equidade e integralidade nos cuidados”, apontam os pesquisadores.
O quadro exposto foi baseado na tendência de queda dos principais indicadores e pelo avanço da cobertura vacinal. O boletim retifica que a pandemia ainda não acabou e que há necessidade de proteger a população mais vulnerável. Foi considerado pelos pesquisadores, que os mais expostos à situação, são dos adultos que não completaram o esquema vacinal, como também crianças e adolescentes.
Após os resultados, pesquisadores deram como resolução do problema, a criação de políticas públicas de combate às 'fake news' com busca ativa dos não vacinados, campanhas de vacinação nas escolas, maior oferta e possibilidades de vacinação, exigência do passaporte vacinal nos locais de trabalho públicos e privados, assim como em transportes, devem ser avaliadas.
A pesquisa ainda apontou que aspectos como o comportamento social e as intervenções diferenciadas de saúde pública entre crianças, adultos jovens e idosos durante a explosão de casos novos vivida no Brasil desde o final de 2021, somados ao cenário de tímido no avanço da vacinação de reforço entre idosos, assim como o início tardio da vacinação de crianças de 5 a 11 anos descrevem o comportamento de internações e óbitos ao longo desta fase da pandemia no Brasil.
O Boletim também retificou que não é razoável recomendar o isolamento irrestrito na atual fase. Por isso, é recomendado que medidas de distanciamento físico, uso de máscaras e higienização das mãos sejam mantidas mesmo em ambientes abertos onde possa ocorrer maior concentração e aglomeração de pessoa.